Israel diz que outros três corpos recebidos de Gaza não correspondem aos de reféns mortos
01/11/2025
(Foto: Reprodução) Os três corpos não identificados vindos de Gaza, entregues na noite de sexta-feira a Israel por meio da Cruz Vermelha, não são os de reféns sequestrados em 7 de outubro de 2023 pelo Hamas, informou neste sábado (1) à AFP um porta-voz do exército israelense.
Uma fonte militar já havia indicado na noite de sexta-feira, no momento da entrega dos corpos, que não acreditava se tratar de reféns.
Até o momento, o movimento islamista palestino restituiu os restos mortais de 17 dos 28 reféns falecidos que aceitou entregar no âmbito de um acordo de trégua negociado pelos Estados Unidos com Israel.
Com a escalada das tensões, uma fonte do movimento islamista palestino informou à AFP que disparos e ataques aéreos do Exército israelense foram ouvidos nos arredores de Khan Yunis, na parte sul do território.
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Corpos de reféns israelenses mortos em Gaza chegam em Tel Aviv.
Itay Cohen/Reuters
Entre os 17 corpos devolvidos, estão os de 15 israelenses, um tailandês e um nepalês.
Conforme os termos do acordo de cessar-fogo negociado sob mediação dos Estados Unidos, para cada israelense devolvido, Israel entregou 15 corpos de palestinos mortos durante a guerra, totalizando 225 corpos.
Após o início do cessar-fogo, o Hamas libertou os 20 últimos reféns sobreviventes que ainda mantinha em cativeiro e iniciou o processo de devolução dos corpos dos reféns falecidos.
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Atrasos
Os sucessivos atrasos na entrega dos corpos provocaram a ira do governo israelense, que acusou o Hamas de violar o acordo de trégua. As famílias dos reféns também exigiram medidas mais duras para obrigar o grupo palestino a cumprir o acordo.
Dez corpos de reféns do dia 7 de outubro ainda estariam em Gaza, além do corpo de um soldado morto durante a guerra de 2014. Todas as vítimas são israelenses, exceto um tanzaniano e um tailandês.
Paralelamente, Israel realizou dois bombardeios massivos sobre Gaza desde 10 de outubro, em resposta a disparos que mataram três soldados israelenses. Segundo fontes palestinas, os bombardeios de 19 de outubro deixaram pelo menos 45 mortos, e os de terça-feira, 104 vítimas.
O Hamas, que nega ter disparado contra os soldados israelenses, acusou Israel de violar o cessar-fogo.
Disparos em Khan Yunis
Em Gaza, a situação humanitária e de segurança continua alarmante.
"Ontem à noite ouvi disparos das forças de ocupação várias vezes. Não temos comida nem água para beber ou para nos lavar. A situação é crítica. O cessar-fogo começou, mas a guerra não acabou", disse Hisham al-Bardai, um pai de 37 anos, à AFP.
O acordo de cessar-fogo prevê a mobilização de uma força internacional de estabilização no território palestino, composta principalmente por países árabes e muçulmanos, para supervisionar a segurança durante a retirada do Exército israelense.
Essa força também tem a missão de treinar e apoiar policiais palestinos com a assistência do Egito e da Jordânia, além de garantir a segurança das áreas de fronteira e impedir o contrabando de armas para o Hamas.
Neste sábado, o Comando Militar dos Estados Unidos para o Oriente Médio (Centcom) anunciou que o Centro de Coordenação Militar-Civil (CMCC, responsável por monitorar o cessar-fogo e preparar a transição em Gaza) "observou suspeitos de serem agentes do Hamas saqueando um caminhão de ajuda humanitária" que fazia parte de um comboio humanitário com destino ao norte de Khan Yunis.
A Turquia sediará uma reunião de ministros das Relações Exteriores de vários países muçulmanos em Istambul na segunda-feira para apoiar e desenvolver o plano dos Estados Unidos para Gaza.
Pessoas se reúnem e fazem compras em um mercado local em Nuseirat, região central da Faixa de Gaza.
Mahmoud Issa/Reuters
* Com informações da AFP