Autoridades vão até a casa do presidente afastado da Coreia do Sul para prendê-lo
02/01/2025
Justiça emitiu ordem de prisão contra Yoon Suk Yeol por ele ter decretado lei marcial em dezembro. Ele é investigado por insurreição por investigadores liderados pelo Escritório de Investigação de Corrupção para Oficiais de Alto Nível do país. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declara lei marcial no país, em 3 de dezembro de 2024
Kim Soo-Hyeon/Reuters
Autoridades da Coreia do Sul estão em frente à casa do presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, para prendê-lo. As informações foram divulgadas pela imprensa local na sexta (3), noite de quinta no horário de Brasília. Até a última atualização desta reportagem Yoon não havia sido preso.
O advogado de Yoon disse, em nota, que o mandado de prisão é "inválido" e, caso seja cumprido, ele tomará medidas legais. Já a Yonhap reportou que o Serviço de Segurança da Presidência afirmou que os investigadores não podem entrar na residência do presidente afastado, gerando um impasse.
Horas depois, as autoridades sul-coreanas suspenderam a execução do mandado de prisão por terem sido confrontadas pela segurança presidencial de Yoon.
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Yoon está sendo investigado por insurreição e sofreu impeachment em 14 de dezembro. No início do mês passado ele decretou uma lei marcial para restringir direitos civis e fechar a Assembleia Nacional. Relembre mais abaixo.
Yoon ainda é considerado formalmente como presidente, e sua destituição definitiva do cargo está sendo julgada pelo Tribunal Constitucional sul-coreano, que tem até 6 meses para decidir se acata a decisão do Parlamento.
A Yonhap relatou que a execução do mandado de prisão foi feita por autoridades do Escritório de Investigação de Corrupção para Oficiais de Alto Nível, que está liderando uma equipe conjunta de investigadores que inclui a polícia e promotores.
A emissora YTN relatou que cerca de 2.800 policiais foram mobilizados em preparação para a execução do mandado. A imprensa local afirmou que os agentes estão preparados para permanecer no local.
Cerca de 100 manifestantes se reuniram na madrugada perto da residência de Yoon, em meio a relatos da mídia local de que as autoridades investigadoras tentariam em breve executar o mandado de prisão.
Cerca de dez manifestantes tentaram bloquear um grupo de policiais na entrada de uma passarela de pedestres.
Na quarta (1º), a equipe que investiga a declaração de lei marcial da Coreia do Sul em dezembro anunciou que executaria a ordem de prisão de Yool até o próximo dia 6.
A lei marcial
A Justiça da Coreia do Sul emitiu um mandado de prisão contra o presidente afastado, Yoon Suk-Yeol
O decreto da lei, no início de dezembro, restringiu temporariamente o direito de civis. A medida também visava fechar a Assembleia Nacional, mas acabou fracassando e rejeitada pelos próprios deputados.
Ao anunciar a lei marcial, o presidente Yoon fez críticas à oposição. "Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas", disse.
O decreto veio em um contexto de baixa aprovação do presidente e de trocas de farpas com a Assembleia Nacional, que é controlada por deputados da oposição.
Desde então, Yoon foi alvo de uma operação policial e de uma votação na Assembleia Nacional que o afastou do cargo. Atualmente, a Coreia do Sul está sendo governada por um presidente interino.