Governo Biden aprova memorando confidencial sobre cooperação entre Rússia, Coreia do Norte, Irã e China
11/12/2024
Documento com achados sobre crescente cooperação entre rivais dos EUA pode ajudar novo governo a lidar com a questão. Relatório inclui orientações de preparo para gerenciamento de crises simultâneas envolvendo adversários. Presidente Joe Biden
Reprodução/Casa Branca
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aprovou um novo memorando confidencial de segurança nacional sobre a crescente cooperação entre Rússia, Coreia do Norte, Irã e China, informou a Casa Branca nesta quarta-feira (11). O documento foi concluído antes do presidente eleito Donald Trump assumir a presidência dos EUA e pode servir como um roteiro para ajudar a administração do republicano a enfrentar a questão.
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Funcionários da administração Biden começaram a desenvolver o documento com orientações entre julho e setembro deste ano. Ele foi projetado para ser um guia que ajude o próximo governo a estruturar desde o primeiro dia sua abordagem e como lidar com os estreitamentos de relações entre os principais adversários e concorrentes dos Estados Unidos, segundo dois altos funcionários do governo ouvidos pela agência de notícias Associated Press.
Os funcionários, que falaram à AP sob condição de anonimato devido às regras estabelecidas pela Casa Branca, disseram que o memorando, confidencial, não será divulgado ao público devido à sensibilidade de algumas das conclusões obtidas.
Segundo a AP, o documento inclui quatro recomendações principais:
Melhorar a cooperação entre as agências do governo dos EUA;
Acelerar o compartilhamento de informações com aliados sobre os quatro adversários;
Calibrar o uso de sanções e outras ferramentas econômicas para máxima eficácia, e
Fortalecer a preparação para gerenciar crises simultâneas envolvendo esses adversários.
Há muitos anos os EUA estão preocupados com a cooperação entre os quatro países. Essa coordenação se intensificou após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
Os funcionários observaram que, à medida que a Rússia se tornou mais isolada de grande parte do mundo, passou a recorrer ao Irã para obter drones e mísseis. Da Coreia do Norte, os russos receberam artilharia, mísseis e até milhares de tropas que viajaram para ajudar os russos a repelir as forças ucranianas na região de Kursk, ocupada em contraofensiva ucraniana. A China, por sua vez, tem apoiado a Rússia com componentes de uso dual que ajudam a sustentar sua base industrial militar.
Em troca, a Rússia enviou caças ao Irã e ajudou Teerã a fortalecer sua tecnologia de defesa antimísseis e espacial.
A Coreia do Norte recebeu da Rússia combustível e financiamento necessários para expandir suas capacidades industriais e militares. Os funcionários acrescentaram que a Rússia “aceitou, de fato, a Coreia do Norte como um estado nuclear”.
Enquanto isso, a China está se beneficiando do "know-how" russo, com os dois países trabalhando juntos para aprofundar sua cooperação técnico-militar. As duas nações também estão conduzindo patrulhas conjuntas na região do Ártico.
Biden e Trump têm visões de mundo marcadamente diferentes, porém funcionários de ambas as administrações – a que está saindo e a que está chegando – disseram que buscaram coordenar questões de segurança nacional durante a transição.
Um dos funcionários ouvidos pela AP afirmou que o memorando da Casa Branca de Biden "não está tentando prender (a administração Trump) ou incliná-los para uma opção de política ou outra".
O funcionário disse que o documento tem como objetivo ajudar a próxima administração a construir "capacidade" enquanto molda suas políticas sobre algumas das questões de política externa mais difíceis que enfrentará.
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