Israel não fará mais distinção entre Líbano e Hezbollah se cessar-fogo falhar, diz ministro

  • 03/12/2024
(Foto: Reprodução)
Ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que o país responsabilizará governo libanês e Forças Armadas israelenses aplicarão política de 'tolerância zero' em caso de colapso dos termos do acordo com o grupo extremista, que registra violações diárias. Israel Katz, ministro da Defesa israelense. REUTERS/Ronen Zvulun O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, disse nesta terça-feira (3) que as Forças Armadas não farão mais distinção entre o Líbano e o Hezbollah se o cessar-fogo com o grupo extremista fracassar. "Se o cessar-fogo fracassar, não haverá mais isenção para o Estado do Líbano. Aplicaremos o acordo com o máximo impacto e tolerância zero. Se até agora diferenciamos entre o Líbano e o Hezbollah, esse não será mais o caso", afirmou Katz durante visita à fronteira entre Israel e Líbano, ao norte. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O ministro israelense também pediu ao governo libanês que "autorize o Exército libanês a cumprir sua parte, a manter o Hezbollah longe do rio Litani e a desmantelar toda a infraestrutura". Ambos os lados se acusam de violar a trégua desde que entrou em vigor, em 27 de novembro. O ministério da Saúde do Líbano afirmou nesta terça que 11 pessoas morreram no país nas últimas 24 horas por conta de bombardeios israelenses: um em Jdeidet Marjeyoun, seis mortos e dois feridos em Haris e quatro mortos e um ferido em Talousa. O presidente do Parlamento libanês, Nabih Berri, aliado do Hezbollah, acusou Israel de violar acordo de cessar-fogo "pelo menos em 54 ocasiões". Israel também acusa o Hezbollah de transgredir os termos e lançou ataques contra alvos do grupo após agressão a posição militar israelense na segunda-feira. O grupo extremista reivindicou nesta segunda um ataque contra israelenses pela 1ª vez durante o período de trégua. (Leia mais abaixo) LEIA TAMBÉM: O que ofensiva rebelde na Síria significa para o Oriente Médio e por que é cedo para declarar derrota de Bashar al-Assad Deputados da França devem votar moção de censura contra premiê indicado por Macron na quarta, diz agência Quase ilimitado e alvo de polêmicas: como funciona o perdão presidencial dos Estados Unidos Acusações mútuas de violar trégua Fumaça é vista no sul do Líbano durante acordo de cessar-fogo entre Israel e Hezbollah, em 1º de dezembro de 2024 REUTERS/Stoyan Nenov Israel e Hezbollah se acusaram na segunda-feira (2) de violar a trégua na guerra travada no Líbano, estabelecida na semana passada. O grupo extremista libanês reivindicou um ataque contra uma posição militar israelense, que prometeu responder. Mais tarde, Israel bombardeou alvos no Líbano. O Hezbollah afirmou que atacou uma posição israelense nas "colinas ocupadas de Kfar Shouba", que o Líbano reclama como parte de seu território. O ataque foi "uma primeira resposta defensiva" à "violação" da trégua por parte de Israel, disse o grupo em comunicado. A resposta israelense veio durante a noite desta segunda-feira, pelo horário local. As Forças de Defesa de Israel afirmaram que atacaram dezenas de "alvos terroristas" no sul do Líbano. Nove pessoas morreram e três ficaram feridas, segundo as autoridades locais. Nabih Berri também fez um apelo ao comitê encarregado de monitorar a trégua, que inclui Estados Unidos e França, para "começar urgentemente suas ações e obrigar Israel a pôr fim às suas violações e a se retirar" do território libanês. Israel nega as acusações. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que as ações do Hezbollah são uma "grave violação do cessar-fogo". Ele prometeu ainda uma resposta com "contundência". Já o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, afirmou que o país está cumprindo com sua parte no acordo em resposta "às violações do Hezbollah que exigem uma ação imediata". Bombardeios em plena trégua Três dias após cessar-fogo, Israel ataca Hezbollah no Sul do Líbano Desde a entrada em vigor da trégua, vários bombardeios israelenses foram registrados no Líbano. O Hezbollah, até o momento, não havia anunciado nenhuma resposta. Um drone israelense foi direcionado nesta segunda-feira contra um posto do exército libanês em Hermel, uma região do vale de Bekaa, no leste do Líbano. A área fica muito distante da fronteira com Israel. O ataque deixou um ferido entre os militares, segundo o exército. Além disso, um homem morreu em um bombardeio israelense com drone no povoado de Maryayún, no sul do Líbano, informou o Ministério da Saúde. O acordo de cessar-fogo, promovido pelos Estados Unidos e França, colocou fim a dois meses de guerra aberta entre Israel e Hezbollah. O pacto prevê a retirada do exército israelense do Líbano em um prazo de 60 dias. Os soldados israelenses invadiram o sul do Líbano em 30 de setembro, uma semana depois de lançar uma campanha de bombardeios massivos contra o movimento islâmico libanês. O acordo também prevê que o Hezbollah se retire para o norte do rio Litani, a cerca de 30 quilômetros da fronteira, e desmantele sua infraestrutura militar no sul do Líbano. A formação libanesa abriu uma "frente de apoio" ao movimento islamista palestino Hamas após o ataque inédito contra o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, o qual desencadeou a guerra em Gaza.

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/12/03/israel-nao-fara-mais-distincao-entre-libano-e-hezbollah-se-cessar-fogo-falhar-diz-ministro.ghtml


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