Segundo presidente Yoon Suk Yeol, medida foi adotada para detectar e conter "elementos pró-Coreia do Norte". Oposição o acusou de usar argumento para controlar Parlamento. Deputados fazem votação de emergência e declaram lei inválida. Presidente da Coreia do Sul decreta lei marcial; entenda o termo
No final da manhã desta terça-feira (13) – fim da noite no horário local – o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, decretou lei marcial no país. O anúncio surpresa televisionado instaurou uma profunda instabilidade política no país.
Em poucas horas, o Parlamento foi fechado e centenas de manifestantes se reuniram nas ruas para protestar contra a medida.
AO VIVO: Acompanhe a situação na Coreia do Sul após o governo decretar lei marcial
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Abaixo, confira a cronologia dos principais momentos após o decreto e as reações por todo o país.
10h30 - Presidente declara lei marcial
Por volta das 10h30 desta terça-feira (3), o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, decretou lei marcial no país. Ao fazer o anúncio, ele argumentou que quer "limpar" o território de aliados da Coreia do Norte.
Yoon também afirmou que, na vigência da lei, ele iria "reconstruir um país livre e democrático".
A lei marcial restringe o acesso a direitos civis e substitui a legislação normal por leis militares, como limitações e controle da imprensa, ao Parlamento e às forças policiais. Todas as atividades políticas, incluindo manifestações, foram proibidas. Sites de notícias do país também relataram instabilidades em seus portais.
10h45 - Oposição se pronuncia e convoca deputados ao Parlamento
Poucos minutos após o anúncio do governo sul-coreano, a oposição convocou os deputados para o Parlamento e se pronunciou sobre a medida.
O líder da oposição, Lee Jae-myung, afirmou que a declaração da lei marcial é inconstitucional e que o parlamento tentaria anular a medida.
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11h05 - Acesso ao Parlamento é bloqueado
O acesso ao Parlamento foi fechado após a imposição da lei marcial e forças especiais da polícia foram enviadas para o local para conter manifestantes.
Apoiadores do partido de oposição da Coreia do Sul se reuniram em frente ao Parlamento pedindo a revogação da lei marcial declarada pelo presidente.
Mesmo com o bloqueio, deputados conseguiram entrar no plenário.
Manifestantes protestam em frente ao Parlamento da Coreia do Sul, em Seul, após presidente do país anunciar lei marcial, em 3 de dezembro de 2024.
Kim Hong-Ji/ Pool via AP
12h10 - Militares tentam entrar no Parlamento
Após o bloqueio do acesso à Assembleia Nacional, militares foram flagrados tentando entrar no prédio.
Imagens de televisão captaram o momento em que tropas, aparentemente encarregadas de impor a lei marcial, chegaram ao prédio da Assembleia e assessores parlamentares tentaram afastar os soldados usando extintores de incêndio.
A equipe do principal partido de oposição da Coreia do Sul, o Partido Democrata, montou uma barricada com sofás e outros móveis para bloquear a entrada de soldados na sede do Legislativo.
A equipe do principal partido de oposição da Coreia do Sul , o Partido Democrata, montou uma barricada para bloquear soldados na Assembleia Nacional
Yonhap via REUTERS
13h00 - Deputados derrubam a lei marcial
Em uma sessão de urgência, os deputados que conseguiram entrar na Assembleia Nacional aprovaram a derrubada da lei marcial.
A votação aconteceu quase três horas após o anúncio do presidente. A aprovação foi unânime pelos 190 deputados presentes. O Legislativo sul-coreano tem um total de 300 cadeiras.
Após o anúncio, centenas de pessoas foram à praça em frente à Assembleia Nacional do país, na capital Seul, onde, segundo a imprensa local, forças militares já começaram a tomar o controle. Depois da votação, vários manifestantes celebraram a aprovação da derrubada da lei e pediram a prisão do presidente.
As forças especiais que haviam entrado na Assembleia Nacional foram vistas deixando o local, segundo a imprensa do país.
O líder da oposição, Lee Jae-myung, disse após a votação emergencial que a lei marcial é inválida e que, por isso, qualquer pessoa atuando sob essa medida está descumprindo a lei do país.
16h30 - Presidente diz que vai revogar lei marcial
Após os deputados aprovarem a derrubada da lei marcial, o presidente sul-coreano recuou e disse que vai revogar o decreto.
Em um comunicado, Yoon Suk Yeol afirmou que vai fazer uma reunião de gabinete para tratar do assunto.
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