'Minha cliente teve uma desconexão no tempo e no espaço', diz advogado de ex-atriz que atropelou brasileiros na Argentina

  • 03/01/2025
(Foto: Reprodução)
Patricia Scheuer deixou a prisão na quinta (2), após audiência com um juiz. Homem atropelado morreu, e a mulher está em estado grave. Atriz atropela turistas brasileiros em Buenos Aires depois de perder controle do carro Reprodução /TN Patricia Scheuer, a empresária argentina e ex-atriz que atropelou um casal de brasileiros, matando o homem na hora e deixando gravemente ferida a esposa, alega ter tido uma desconexão no tempo e no espaço que durou 10 segundos. A condição é chamada de “síndrome de despersonalização”. Scheuer foi libertada da prisão preventiva na tarde de quinta-feira (2), após a audiência de custódia. Ela foi acusada de homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e lesões graves, não quis responder a perguntas e deu sua versão sobre o atropelamento de Fernando Pereira de Amorim Junior e Cleusa Adriana Nunes Pombo. De acordo com fontes do Ministério Público, em seu depoimento, ela citou antecedentes psiquiátricos e um prolongado tratamento contra depressão e ansiedade. Também contou que, há um ano, viveu um episódio semelhante, onde tudo apagou por 10 ou 15 segundos. “Ela relatou já ter vivido um episódio semelhante, mas dentro de casa”, contou o advogado de defesa, Alfredo Humber, revelando que, após essa experiência, Patricia realizou exames num conhecido centro neurológico de Buenos Aires, obtendo resultados normais que a fizeram continuar a dirigir sem preocupação. Se conseguir provar o “apagão”, ela pode ser inocentada da acusação. Após a decisão judicial, Patricia Scheuer deixou a cela da delegacia onde ficou em prisão preventiva por cerca de 30 horas e vai responder ao processo em liberdade. Patricia Scheuer garante que não se lembra de nada e que só voltou a si quando o “airbag” do carro foi acionado. De acordo com ela, quando acordou, uma pessoa disse que a vítima estava debaixo do veículo. O teste do bafômetro deu negativo. O exame toxicológico pode levar até três semanas. As penas por condução imprudente, negligente ou irregular na Argentina vão de dois a cinco anos de prisão e inabilitação da carteira de motorista entre cinco e dez anos. As investigações vão procurar definir se a motorista estava acima da velocidade máxima permitida de 60 Km/h, se realmente tem antecedentes psiquiátricos e se declarou os medicamentos que consome e a síndrome ao renovar a sua carteira de motorista - a lei exige uma declaração juramentada com os antecedentes clínicos e uma autorização médica a ser avaliada pelo órgão de controle. Se tudo estiver regular e a acusada provar que teve perda da consciência, pode ser inocentada. Se a história clínica indicar que era consciente do risco de dirigir, ela pode ser condenada. Se for constatada velocidade acima da permitida por mais de 30 Km/h ou se a brasileira ferida não sobreviver, uma segunda vítima fatal é um agravante que eleva as penas. Brasileiros estavam viajando no Ano Novo Vindo de São Paulo, o casal de brasileiros atropelado pela empresária fazia a sua primeira viagem a Buenos Aires, onde chegou no dia 28 de dezembro para passar o Ano Novo. Por volta das 10h30 do dia 1º, na esquina das avenidas Libertador com Alvear, quando os dois aguardavam para atravessar, a SUV Nissan Kicks subiu a calçada, atingindo os brasileiros. Fernando Pereira de Amorim Junior, de 62 anos, morreu no local do acidente, antes da chegada dos socorristas. Cleusa Adriana Nunes Pombo, de 50 anos, foi levada ao Hospital Fernández, onde está em terapia intensiva devido a traumatismo cranioencefálico e torácico, fraturas na clavícula esquerda e nas costelas, além de hemorragia. Parentes das vítimas chegaram a Buenos Aires para conduzir o processo de repatriação do corpo de Fernando e para transferir Cleusa para uma clínica privada. O acompanhamento das investigações de perto por parte da família da vítima também será crucial para impulsionar o processo. O Consulado do Brasil em Buenos Aires informou que “acompanha o caso e que está em contato com os familiares e com as autoridades locais, além de prestar assistência consular cabível”. A ex-atriz e empresária Patricia Scheuer teve participação em novelas e em publicidades antes de tornar-se uma referência no setor gastronômico. Ela é co-fundadora de bares de sucesso em Buenos Aires como “Gran Bar Danzón”, “Uriarte”, “BASA” e o reconhecido restaurante “Sucre”. Em São Paulo, foi sócia do restaurante “Arturito”, sendo posteriormente vendida a sua participação.

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/01/03/minha-cliente-teve-uma-desconexao-no-tempo-e-no-espaco-diz-advogado-de-ex-atriz-que-atropelou-brasileiros-na-argentina.ghtml


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