Ministro do Talibã afegão é morto em atentado suicida do Estado Islâmico em Cabul
11/12/2024
Segundo governo afegão, ministro para Refugiados do país foi atingido por um homem-bomba dentro do prédio do ministério. Morte é a primeira no primeiro escalã do Talibã desde que grupo extremista tomou o controle do Afeganistão, em 2021. Ministro afegão para os Refugiados, que Taliban disse ter morrido em atentado em Cabul em 11 de dezembro de 2024.
Sahel Arman/ AFP
Um ministro do Afeganistão morreu durante um atentado suicida do Estado Islâmico em Cabul nesta quarta-feira (11).
A morte é a primeira no alto escalão do Talibã desde que o grupo retomou o poder no Afeganistão, em 2021, após tropas dos Estados Unidos deixarem o país.
Segundo o governo afegão, o ministro para Refugiados, Khalil Rahman Haqqani, e outras duas pessoas foram atingidas pela explosão de um homem-bomba dentro do prédio do ministério de Haqqani.
Khalil Haqqani se tornou ministro no governo interino do Talibã depois que forças estrangeiras se retiraram do Afeganistão em 2021. Ele era um líder sênior da rede Haqqani, uma facção militante culpada por grandes ataques durante a guerra do Afeganistão, de acordo com o Departamento de Estado dos EUA.
Khalil Haqqani é também tio de Sirajuddin Haqqani, o ministro do Interior em exercício que chefia a rede.
O Ministério do Interior culpou o Estado Islâmico pelo atentado — o grupo, sunita, tem feito ataques contra minorias xiitas no Afeganistão. O Estado Islâmico não havia se pronunciado sobre o caso até a última atualização desta reportagem.
Haqqani foi a vítima mais notória de um atentado no Afeganistão desde que o Talibã voltou ao poder há três anos.
Em março de 2023, uma bomba matou um governador provincial nomeado pelo Talibã, Daud Muzmal, e outros dois em Mazar-e-Sharif, capital da província afegã de Balkh.
O ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Ishaq Dar, condenou o assassinato de Haqqani.
Dar, que também é vice-primeiro-ministro, disse que ficou "profundamente chocado" com o assassinato de Haqqani e "a perda de vidas preciosas como resultado de um ataque terrorista" em Cabul.
"Oferecemos nossas sinceras condolências", disse ele, acrescentando: "O Paquistão condena inequivocamente o terrorismo em todas as suas formas e manifestações". Dar disse que o Paquistão estava em contato com Cabul para obter mais detalhes.
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A afiliada do grupo Estado Islâmico, um grande rival do Talibã governante, realizou ataques anteriores em todo o Afeganistão.
No início de setembro, um homem-bomba no bairro de Qala Bakhtiar, no sudoeste de Cabul, matou pelo menos seis pessoas, ferindo outras 13. O EI assumiu a responsabilidade pelo ataque.