Novo Congresso dos EUA toma posse com maioria Republicana nas duas casas e racha no partido do presidente eleito
03/01/2025
Ala tradicional da sigla se opõe a Mike Johnson, candidato apoiado por Trump para a liderança da Câmara dos Deputados. Líder da maioria da Câmara dos EUA, Mike Johnson, concede entrevista em Washington, em dezembro de 2024
Jose Luis Magana/AP Photo
O Congresso dos EUA se reúne nesta sexta-feira (3) pela primeira vez em 2025 com a posse dos legisladores escolhidos nas eleições de novembro. O Partido Republicano, do presidente eleito Donald Trump, que já detinha a maioria entre os deputados, passará a ser majoritário também no Senado.
Em vez do clima de celebração, porém, os Republicanos iniciam a legislatura em meio a uma disputa interna entre a ala tradicional do partido e os trumpistas pela disputa da Câmara. O atual líder da Casa, Mike Johnson, preferido de Trump, tem a sua liderança ameaçada pelos correligionários e pode perder o posto.
Para ser eleito presidente da Câmara dos Estados Unidos é necessário obter a maioria absoluta dos parlamentares da Casa. Na primeira votação, com quórum de 434 deputados, Johnson obteve 216 votos, enquanto o democrata Hakeem Jeffries teve 215. Três republicanos votaram em outros candidatos. Eram necessários 218 votos para vencer.
Como nenhum dos candidatos obteve a maioria absoluta, uma segunda votação deve ser feita. Até que um presidente não seja eleito para a Câmara, os trabalhos na Casa ficam paralisados. Nem mesmo a posse dos novos deputados poderá acontecer.
O Capitólio dos EUA, em Washington, no dia 21 de outubro de 2024
REUTERS/Kevin Mohatt
"Uma vitória de Mike hoje será uma grande vitória para o Partido Republicano", postou Trump nas suas redes sociais.
Caso Johnson vença, Trump terá um caminho mais fácil para aprovar suas agressivas medidas de cortes de impostos e deportações de imigrantes que ele prometeu para os primeiros dias de seu novo mandato, que tem início no próximo dia 20.
"Não temos tempo para drama", disse Johnson ao entrar no Capitólio na manhã desta sexta, tentando diminuir a importância da votação. O republicano da Louisiana disse que a eleição da líderança "não é sobre apenas uma pessoa, mas sobre seguir em frente com a agenda América Primeiro".
Johnson também perdeu um de seu principais apoiadores, Matt Gaetz, que chegou a ser cogitado para procurador-geral por Trump, mas desistiu do cargo e de tomar posse na nova legislatura após um relatório da Comissão de Ética da Câmara concluir que ele pagou milhares de dólares por drogas e sexo, inclusive a uma menor de idade.