Quem é Asma al-Assad, esposa do presidente deposto da Síria, Bashar al-Assad?

  • 11/12/2024
(Foto: Reprodução)
Antes apresentada como o rosto de uma Síria em modernização, ela manteve um perfil discreto desde o início da guerra civil em 2011. Britânica Asma conheceu Bashar al-Assad (na foto em 2008) em Londres, onde o agora deposto presidente sírio estudou por cerca de 18 meses. Reuters via BBC Durante os quase 25 anos de presidência de Bashar al-Assad na Síria, uma constante em sua vida foi a presença de sua esposa, Asma. Asma, agora com 49 anos, foi inicialmente considerada o rosto de uma Síria moderna, mas manteve um perfil discreto desde o início da guerra civil, que começou em março de 2011. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Nascida no bairro de Acton, no oeste de Londres, filha de pais sírios — um cardiologista e uma diplomata —, Asma Akhras estudou em uma escola particular, onde era chamada de "Emma" pelos amigos. Ela se formou em Ciência da Computação na prestigiada universidade King's College London e, posteriormente, trabalhou em um grande banco de investimentos. Foi em Londres que ela conheceu Bashar al-Assad, um oftalmologista que estava estudando na capital britânica na época. Asma se mudou para a Síria em 2000 e casou-se com Assad naquele ano, pouco depois de ele suceder seu pai, Hafez al-Assad (1930-2000), como presidente. Juntos, tiveram três filhos — dois meninos e uma menina, todos agora adultos. Uma peça importante em Relações Públicas Desde o início da guerra, Asma liderou esforços de caridade, encontrou-se com famílias de soldados mortos e dirigiu o Syria Trust for Development. Reuters via BBC Por anos, havia esperança no Ocidente de que a criação britânica de Asma pudesse incentivar reformas políticas na Síria — uma empresa de relações públicas chegou a ser contratada para ajudá-la a se tornar a imagem moderna do país no exterior. Uma fonte disse à BBC em 2012 que Assad sabia que casar-se com Asma seria estratégico, pois ela ajudaria a apresentar uma imagem renovada e moderna da Síria. Muitos também viam o casamento como uma tentativa de unir os interesses da maioria sunita do país, da qual Asma fazia parte, com a seita alauíta, à qual Assad pertence. No entanto, a fonte também sugeriu que a forma de Asma exercer seu papel como primeira-dama gerava tensões dentro da família Assad, especialmente com a irmã e a mãe do presidente, Boushra e Anisseh, que não se importavam com as questões de imagem pública. A estratégia de relações públicas teve algum sucesso. Em fevereiro de 2011, a edição americana da revista Vogue publicou um perfil altamente elogioso de Asma, intitulado "Uma Rosa no Deserto". O artigo a descrevia como "uma beleza magra, de corpo longilíneo, com uma mente analítica treinada, que se veste com astuta modéstia", além de ser "glamorosa, jovem e muito chique". Posteriormente, a jornalista que escreveu a reportagem, Juliet Joan Buck, se arrependeu publicamente de tê-la escrito, dizendo que esta "contaminou" sua carreira e encerrou sua associação com a Vogue. Pouco mais de um mês após a publicação do perfil, Assad reprimia violentamente um levante pacífico pró-democracia, desencadeando a guerra civil síria, que resultou na morte de mais de 500 mil pessoas e na fuga de milhões de refugiados. Foi só em fevereiro de 2012 que Asma falou publicamente sobre a guerra em seu país, dizendo que ela "confortava" as "vítimas da violência". Em uma declaração ao jornal britânico The Times, reafirmou seu apoio ao marido: "O presidente é o presidente da Síria, não uma facção de sírios, e a primeira-dama o apoia nesse papel." No mesmo ano, vazaram e-mails privados dos Assads, mostrando o gosto de Asma por produtos de luxo. Os e-mails, revelados pelo jornal britânico The Guardian, sugeriam que Asma estava comprando sapatos caros enquanto o país mergulhava em uma guerra civil. Em 2022, uma estimativa do Departamento de Estado dos Estados Unidos avaliou a fortuna da família Assad em algo em torno de US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões (R$ 6,1 bilhões e 12,1 bilhões, em valores atuais). Em março de 2012, assim como seu marido, Asma foi alvo de sanções pela União Europeia. Ela só voltou a falar com a imprensa estrangeira em 2016, quando disse à TV estatal russa Rossiya 24 que recebeu ofertas para deixar a Síria, mas rejeitou essas propostas, dizendo que "sempre estive aqui desde o começo e nunca pensei em estar em outro lugar." LEIA TAMBÉM: Rússia pede que cidadãos não viajem mais aos EUA e diz que relação com Washington está 'em vias de ruptura' Líder supremo do Irã acusa Israel e EUA de plano que resultou em queda de Assad e diz ter provas O que Israel quer na Síria? Reformulando a imagem pública e diagnóstico de câncer Asma (na foto em 2008) foi pessoalmente sancionada pela União Europeia. Reuters via BBC Com o avanço da guerra, Asma também se envolveu em iniciativas de caridade, se encontrou com famílias de soldados mortos e presidiu a Syria Trust for Development, uma grande ONG que coordenava ações de ajuda. Em 2018, foi diagnosticada com câncer de mama e tratou um tumor maligno em estágio inicial. Um ano depois, anunciou sua recuperação total. Em maio de 2024, a presidência síria revelou, por meio de um comunicado, que Asma havia sido diagnosticada com leucemia. Também informou que ela começaria um tratamento especial, precisando se isolar e se afastar de compromissos públicos. A presidência de Bashar al-Assad terminou abruptamente no domingo (8/12), quando forças rebeldes tomaram Damasco, a capital da Síria. A família fugiu para a Rússia, um dos aliados chave do antigo regime, onde recebeu asilo político, conforme informou a mídia estatal russa.

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2024/12/11/quem-e-asma-al-assad-esposa-do-presidente-deposto-da-siria-bashar-al-assad.ghtml


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