Sul-coreanos protestam a favor e contra prisão de presidente afastado
04/01/2025
Milhares de pessoas, tanto a favor quanto contra o presidente Yoon Suk Yeol, se reuniram em frente à residência e ao longo das principais vias de Seul neste sábado, exigindo sua prisão ou pedindo que sua destituição fosse anulada. Manifestantes participam de um protesto contra o presidente sul-coreano destituído Yoon Suk Yeol perto de sua residência oficial, em Seul.
REUTERS/Tyrone Siu
Milhares de sul-coreanos protestaram a favor e contra o presidente afastado Yoon Suk Yeol em Seul neste sábado (4), um dia depois de uma tentativa fracassada de prender o líder após sua breve imposição da lei marcial.
O país está imerso em um caos político desde o mês passado, com Yoon interditado na residência presidencial, cercado por centenas de agentes de segurança leais que, até o momento, resistiram às tentativas de prendê-lo.
Milhares de pessoas, tanto a favor quanto contra o presidente afastado, se reuniram em frente à residência e ao longo das principais vias da capital neste sábado, exigindo sua prisão ou pedindo que sua destituição fosse anulada.
Kim Chul-hong, de 60 anos, disse que a detenção de Yoon poderia prejudicar a aliança de segurança da Coreia do Sul com os Estados Unidos e o Japão.
"Proteger o presidente Yoon significa salvaguardar a segurança do nosso país frente às ameaças da Coreia do Norte", disse à AFP.
Membros da Confederação Coreana de Sindicatos, o maior grupo sindical do país, tentaram marchar até a residência presidencial para protestar contra Yoon, mas foram bloqueados pela polícia.
A confederação relatou que dois de seus membros foram presos e outros ficaram feridos nos confrontos.
Yoon, que declarou a lei marcial pela primeira vez na democracia em 3 de dezembro, enfrenta acusações de suposta "insurreição", punível com prisão perpétua ou pena de morte.
Se a ordem for cumprida, o líder conservador poderá se tornar o primeiro presidente sul-coreano a ser preso no cargo.
Tentativa de detenção frustrada
Os investigadores pediram ao ministro das Finanças, Choi Sang-mok, que foi designado presidente interino há uma semana, que apoiasse a ordem exigindo a cooperação do serviço de segurança presidencial.
Na sexta-feira, os guarda-costas presidenciais protegeram Yoon dos investigadores, que, após um tenso confronto, decidiram se retirar, alegando temer por sua segurança.
O embate, que supostamente envolveu empurrões, mas não houve troca de tiros, deixou a ordem de prisão, que expira na segunda-feira, em um limbo.
Os funcionários do Departamento de Investigação de Corrupção poderiam tentar prendê-lo novamente antes disso, mas se o mandado expirar, eles poderiam solicitar outro.
O Tribunal Constitucional marcou para 14 de janeiro o início do julgamento de destituição de Yoon, que continuará em sua ausência se ele não comparecer.
Na sexta-feira, os advogados do presidente classificaram o mandado de prisão como "ilegal e inválido" e prometeram tomar "ações legais" em relação a ele.
As semanas de turbulência política ameaçaram a estabilidade do país. O principal aliado de segurança da Coreia do Sul, os Estados Unidos, pediu à elite política para que trabalhasse por um "caminho estável" para o futuro.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que está deixando o cargo, deve manter diálogos em Seul na segunda-feira, em virtude das relações entre os EUA e a Coreia do Sul, e com a Coreia do Norte.