Ucrânia encerra trânsito de gás russo que passa por seu território: qual o impacto para a Europa?

  • 01/01/2025
(Foto: Reprodução)
Após fim de contrato, Ucrânia interrompeu exportações de gás russo para a Europa; impacto é limitado, mas Eslováquia e Moldávia podem sentir os efeitos, segundo especialista. Gasodutos em uma estação na Alemanha, que é altamente dependente do gás russo. Hannibal Hanschk/ Reuters O contrato que autoriza as exportações de gás russo pela Ucrânia terminou na noite desta terça-feira (31), e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não renovou esse acordo com a Rússia. Após quase três anos de guerra na Ucrânia, o gás russo continuou a transitar pelo país para chegar ao continente europeu. Apesar de vários pacotes de sanções contra Moscou, nenhuma medida foi tomada contra o produto, que continuou sendo consumido em muitos países europeus. Antes do início da invasão da Ucrânia, a Europa dependia do gás russo para garantir cerca de 40% do seu abastecimento e grande parte do produto transitava pela Ucrânia. Hoje, essa oferta gira em torno de 15%. "O fim do trânsito de gás russo através da Ucrânia terá pouco impacto no abastecimento europeu porque o volume que passa pelo país é muito baixo", analisa Anna Créti, professora de Economia na Universidade Paris-Dauphine.  Segundo ela, a União Europeia também se organizou para garantir o abastecimento e ter gás em quantidade suficiente para não depender do gasoduto russo.  "O comércio do gás russo foi substituído pelo comércio do gás liquefeito, vendido pelos Estados Unidos e outros países, como a Noruega ou nações da África do Norte, que já eram fornecedores", explicou à RFI. Na Ucrânia, 22 mil quilômetros de gasodutos foram construídos para conectar a Rússia à Europa. A rota ucraniana é essencial porque abastece diretamente os países europeus. Em média, 15 bilhões de metros cúbicos de gás russo usam essa rota por ano para chegar ao seu destino. Riscos para Eslováquia e Moldávia Inverno preocupa países da Europa que dependem do gás fornecido pela Rússia A Eslováquia é o país que poderia ser mais afetado por esta medida, já que o gás russo representa cerca de 90% de suas importações. A situação é equivalente para a Moldávia, que depende de 70% do trânsito ucraniano de gás russo.  É provável que haja aumento nos preços do produto nesses dois países, mas por pouco tempo, já que existem outras soluções. O gás pode chegar por navio ou através do gasoduto Turkstream, que começa na Rússia, atravessa o Mar Negro e termina na Turquia. Em quase três anos de guerra entre a Ucrânia e a Rússia, os europeus tiveram tempo para diversificar suas formas de abastecimento, mas é difícil abrir mão do produto russo, que tem um menor custo. Apesar disso, Bruxelas espera que, até 2027, ele não seja mais importado pelo bloco. O gás do norte da África ou do Azerbaijão são duas das alternativas, além da Noruega e dos Estados Unidos. Os dois países foram os principais fornecedores de gás para a Europa no ano passado. Em 2023, os americanos chegaram a se tornar os principais exportadores mundiais de GNL, gás natural liquefeito. Essa mudança preocupa os russos até agora ocupavam uma posição dominante nesse mercado.  Veja o que se sabe sobre o acidente aéreo mais mortal da Coreia do Sul Gisèle Pelicot, dopada por ex-marido e estuprada por mais de 50, agradece apoio Aeroporto internacional de Sanaa, Iêmen, depois de ser bombardeado por Israel

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/01/01/ucrania-encerra-transito-de-gas-russo-que-passa-por-seu-territorio-qual-o-impacto-para-a-europa.ghtml


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